Fotografia de Cindy Sherman
Nada tão silencioso como o tempo
no interior do corpo.
Porque ele passa
com um rumor nas pedras que nos cobrem,
e pelo sonoro desalinho de algumas árvores
que são os nossos cabelos imaginários.
(...)
Mas não sentimos dentro do coração que somos
filhos dilectos do tempo e que, se hoje amamos
foi depois de termos amado ontem.
O tempo é silencioso e enigmático,
imerso no denso calor do ventre.
Guardado no silêncio mais espesso,
o tempo faz e desfaz a vida.
(excerto de poema de Fiama Hasse Pais Brandão)